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Podcast - Jazz, Samba, Choro, Frevo, Forró...Os diversos rítmos e sonoridades que embalam a Música Instrumental Brasileira !!!

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Airto Moreira, Flora Purim & Hermeto Pascoal
Airto Moreira - I'm Fine How Are You
Hermeto Pascoal - Eu e Eles
Hamilton de Holanda - Brasilianos Vol.2
Bocato - Acid Samba
Teco Cardoso - Quinteto
Léa Freire - Quinteto
Nicolas Krassik - Na Lapa
Alex Buck - Luz da Lua

Spok Frevo Orquestra - Passo de Anjo


E Viva a Copa do Mundo no Brasil em 2014 e as Olimpiadas do Rio de Janeiro em 2016! E gringos de várias partes do mundo terão a oportunidade de conhecer um pouco da diversidade cultural e do calor da nossa terra Brasil! E quando se trata de música, bota diversidade nisso! Vias de regra, todo artista leva consigo um tanto daquilo que sua cultura nativa lhe ensinou. Mas eu, particularmente, sempre defendo que, acima da diversidade cultural do nosso país -- ou além dela; ou juntando-se a ela --, nossos músicos e cantores deveriam expor mais suas personalidades da forma mais evidente, original e contemporânea possível -- afim de renovemos nossa cultura e inovemos nossas formas de expressão, afim de que muitos dos nossos artistas entrem no mapa da música criativa, afim que não fiquemos na letargia do passadismo, no comodismo, ou dormindo sobre o divã da nossa miscelânea regional. Pois bem, em meados do ano 2009, no entanto, eu produzi um podcast para o Portal MTV que mostrava um pouco esta miscelânea, mas sem ressaltar tanto os aspecto da contemporaneidade -- ou seja, eu quis fazer um programa mais documental do que crítico, tentando evidenciar mais a diversidade rítmica e harmônica do que o aspecto temporal inerente à cada músico. Isso porque a música instrumental brasileira é, definitivamente, um dos maiores exemplo de diversidade cultural em relação as músicas de outros países e acho que isso tem de ser mostrado a todos àqueles que não conhecem a panorâmica dessa diversidade: isto é, trata-se de um mix de tantos ritmos e sonoridades que eu simplesmente não gosto de lhe empregar nenhum rótulo mercadológico e nem mesmo estético -- apesar de que o termo "brasilidade" me é totalmente adequado para situar uma determinada produção musical que contenha uma requintada identidade com as sonoridades do nosso Brasil. Ou seja, muitos pesquisadores e apreciadores rotulam nossa música instrumental como "Jazz Brasileiro", mas, na verdade, a influência do jazz é apenas mais um elemento dentre tantos outros como os ritmos e harmonias do frevo, maracatu, samba, choro, forró e etc, rítmos puramentes nacionais -- muitos deles advindos de culturas e folclores regionais. Então, quero dizer que a denominação "jazz brasileiro" chega a ser até mesmo limitante para nossa música instrumental. O que toca atualmente Hamilton de Holanda: "jazz brasileiro" ou "música instrumental brasileira"? Talvez, para o próprio artista, o rótulo a ser empregado seja irrelevante, mas eu prefiro pensar no termo "música instrumental brasileira" de forma genérica e não limitante.

Obra de Clarice Lispector é revisitada pelo saxofone de Ivo Perelman!!!

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Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam 
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.


Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.




Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.



Leia a crítica: Aqui e Aqui.

Podcast - Jazz Contemporâneo: John Hollenbeck, Ted Nash, Alex Sipiagin, Donny McCaslin & Ben Allison!!!

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O baterista e compositor John Hollenbeck
Olá queridos colegas! Sejam bem vindos a mais um podcast do Blog Farofa Moderna, editado para o  Portal MTV em meados do ano de 2010. Este programa é mais um dedicado ao jazz contemporâneo, mostrando cinco geniais músicos e compositores que não nos chegam ao conhecimento aqui em solo brasileiro. Ou seja, esses músicos -- bem conhecidos em solo americano, diga-se de passagem -- ou são menos "famosos" fora de Nova Iorque ou são lembrados  mais como músicos preferidos de outros músicos mais mundialmente famosos, os chamados musician's musician  -- e/ou suas carreiras solo não são divulgadas como mereciam. Há vários músicos nas condições de musician's musician, mas os músicos de que falo têm carreiras solos que deveriam ser mais celebradas, haja vista a importância e a contribuição das suas obras para o jazz contemporâneo. Os músicos apresentados são: o trompetista russo e naturalizado americano Alex Sipiagin, o baterista John Hollenbeck, oo saxtenorista Ted Nash, o saxtenorista Donny McCaslin e, por fim, do contrabaixista Ben Allison -- todos músicos experientes, passados da idade dos quarenta anos e que fazem um som muito inteligente e contemporâneo, com a cara do século 21. Abaixo, os músicos e seus respectivos álbuns apresentados no podcast:

O trompetista Alex Sipiagin (disco: Equilibrium, de 2003) 
O baterista John Hollenbeck (disco: For, de 2007, com o The Claudia Quintet)
O saxofonista Ted Nash (disco: Ted Nash & Double Quartet - Rhyme and Reason, de 1999)
O saxtenorista Donny McCaslin (disco: Declarations, de 2009)
O contrabaixista Ben Allison (disco: Think Free, de 2010)

Improvising with Numbers - Dez excelentes álbuns de Música Popular Brasileira do início do século 21

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Prezados colegas que visitam este blog, recentemente escrevi uma crítica onde lamentava o fato do comodismo, da letargia, da preguiça e do auto-aprisionamento engessar a maioria dos músicos e cantores brasileiros, assim como a própria conduta crítica do público, a chamada auto-crítica que cada um de nós temos de ter ao digerir música ou qualquer outra expressão artística -- leiam-na aqui. Neste post, porém, venho com uma seleção modesta de dez excelentes álbuns de MPB que trazem em si o que falta -- ou o que devia existir -- na música brasileira: renovação e inovação, ousadia e criatividade, atualidade e contemporaneidade, fluência musical e identidade própria, arranjos bem elaborados e letras inteligentes, performance e improvisação -- enfim..., estes dez álbuns mostram que é possível, sim, se produzir canções onde o decorativo seja a arte acima do artista, acima da fama. Sim, e por ora são apenas dez, pois, vias de fato, a MPB, além de estar sendo melecada pela mídia com equivocadas versões popularescas de música popular brasileira (como é quando querem sofisticar Ivete Sangalo como uma "cantora de MPB", por exemplo), não tem apresentado um cenário ousado ou criativo de si mesma -- e quando o fez, através de uns poucos cantores em raros momentos de espasmos criativos, isso ressoou apenas nos circuitos elitistas e nas mídias independentes, não chegando à população pela grande mídia, uma vez que a grande mídia, a propósito, está mais preocupada em obter lucros comercias através de material descartável e modinhas de verão, que são mais fáceis de vender. Outro fato resultante da desvalorização da MPB em solo tupiniquim é o êxodo de grandes artistas da música brasileira para solos americanos e europeus, onde a música criativa é mais apreciada. Uma pena, pois este seria o momento de surgirem artistas mais descompromissados com a fama pela fama e aquele glamour besta de cantores de (ou para) abertura de novelas e mais compromissados em fazer arte com a canção -- já que se trata de um momento onde os circuitos underground e independentes são os únicos que ainda apoiam uma MPB contemporânea e criativa, tal como era a música popular brasileira nos tempos da Tropicália. O problema, no entanto, não é de quantidade e coerência: há uma legião de novos artistas fazendo uma MPB até medianamente audível em termos de música e poesia (como é o caso de Maria Gadú e Marcelo Jeneci), mas na maioria das vezes o que se ouve destes é algo "bonitinho" demais, simplista demais, coerente demais, "universitário" demais, elitista demais, ou algo muito na onda do "coqueluche-brega-pop" -- em alguns casos até muito assumidamente comercial, letárgico, acomodado, quando não com aquele romantismo banal que não fica longe das letras presentes em canções de grupos de pagode. O problema, então, é de qualidade, criatividade, coesão e ousadia dos projetos: falta arranjos mais criativos e mais contemporâneos, falta uma boa e criativa instrumentação, falta o risco da improvisação e da performance, falta o risco de uma poética mais inteligente nas letras (aquela capaz de instigar as pessoas a refletir), falta identidade própria (há muitas cópias de Marisa Monte rolando por aí...) e, principalmente, falta uma postura mais compromissada com as realidades (políticas, econômicas, sociais, culturais...) do mundo atual -- aliás, essa tal postura do artista engajado realmente foi algo que se perdeu na música criativa ( a pergunta é: isso seria pelo fato das pessoas estarem ascendendo à classe média e, portanto, estarem apenas ocupadas com o entretenimento proporcionado por seus carros, notebooks, tablets e smartphones ou será que já evoluímos para um mundo perfeito e sem pobreza, um país de justiça ou democracia perfeitas?). Mas nem toda música no Brasil é sertanejo universitário ou "fanqui carioca", nem todos os novos artistas da MPB aderiram às facilidades e aos padrões estilísticos para tentarem se vender mais, e nem só de MC's de "fanqui carioca", Michéis Telós, Claudias Leites e Ivetes Sangalos a música brasileira está repleta. Neste post, seleciono alguns dos álbuns contemporâneos, de cantores mais famosos ou menos famosos, que, ao meu ver, contribuíram para a década de 2000 não ser uma década perdida em termos de MPB -- e o faço com audácia, sinceridade e com a visão de música enquanto arte: com estrelinhas, entrelinhas e tudo! Apesar de listar Djavan -- um meus favoritos entre os veteranos --, ficaram de fora meus preferidíssimos Tom Zé e Marisa Monte e outros panteões já a décadas massificados como Chico Buarque e Caetano Veloso. As resenhas estão repartidas entre minhas e as retiradas de outros sites jornalísticos. A ênfase está em discos autorais, mas também há espaço para discos de intérpretes especiais. Convido cada leitor a fazer sua lista com alguns dos seus álbuns e artistas preferidos no campo para comentários!


Músicas no Plural 204: exemplos do que há de contemporâneo, no jazz, no erudito e na free improvisation européia!!!

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O quarteto de Nova Iorque The Thirteenth Assembly em Station Direct, o trio francês Daunik Lazro + Benjamin Duboc + Didier Lasserre em Pourtant les Cimes des Arbres e o pianista americano Guy Livingston em Don't Panic! 60 Seconds for Piano.

Guy Livinsgton

O podcast Músicas no Plural -- disposto no site da Fundação Gulbenkian, uma das principais e mais importantes fontes de música de Portugal -- traz, em sua edição de número 204, um programa repleto de música contemporânea criativa, indo do jazz americano, passando pela improvisação livre européia e aportando-se na música erudita -- mas, lógico: é música contemporânea para ouvidos contemporâneos. O programa, apresentado por Rui Neves, começa com o quarteto americano de jazz contemporâneo The Thirteenth Assembly: constituído pelo trompetista Taylor Ho Bynum, pela violista Jéssica Pavone, pela interessantíssima guitarrista Mary Halvorson (de quem já falei aqui: pesquisem nas tags, na página de lançamentos ou no nosso buscador) e pelo baterista Tomas Fujiwara -- todos músicos da nova geração do avant-garde jazz --, o quarteto acaba de lançar seu segundo álbum, Station Direct, onde a linhagem modern creative, com suportes de improvisações livres, momentos em diálogos contrapontísticos e nuances eletro-acústicas, é o standard da coisa -- a estruturação e o rítmo, portanto, ganham uma evidente importância dentro das composições apresentadas. Em seguida, no segundo bloco, Rui Neves nos apresenta um trio francês de improvisação livre que foca-se em fazer arte com ruídos instrumentais de uma forma intimista muito peculiar: trata-se da interação do saxofonista Daunik Lazro, do contrabaixista Benjamin Duboc e do baterista Didier Lasserre, os quais acaba de lançar o álbum Pourtant Les Cimes des Arbres, onde eles improvisam texturas atmosféricas multifônicas inspiradas num “haiku” do poeta japonês Basho. Por fim, Neves nos apresenta uma interessantíssima empreitada do pianista virtuose Guy Livingston, um dos grandes intérpretes de John Cage: em seu álbum Don't Panic! 60 Seconds for Piano, o pianista apresenta ao piano solo, às vezes com tênues pitadas eletrônicas e vocais, 60 miniaturas de diversos compositores americanos, holandeses, britânicos, canadenses  e etc -- um trabalho de três anos de garimpagem que, pela sequência bem arranjada, afirma-se quase como uma suite, irônica e hipermoderna. Listen Here!!!

Podcast - Guitarristas do Jazz: De Wes Montgomery a Kurt Rosenwinkel!!!

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Wes Montgomery


Olá amigos! Sejam bem vindos a mais um programa de podcast comentado aqui no Blog Farofa Moderna. Seguindo aqui com nossa série sobre os instrumentos do jazz, apresento-vos alguns dos grandes guitarristas da história e do jazz contemporâneo. Até os anos 40 a guitarra era apenas um instrumento que tinha o papel de acompanhante dentro das bandas e big bands de jazz - e nada mais do que isso. Mas o guitarrista Charlie Christian mudaria para sempre os rumos da guitarra: não só por ter sido um dos primeiros grandes solistas da guitarra amplificada nos anos 40, mas também por ter configurando o estilo do bebop para esse instrumento com grande técnica e swing, se tornando referência até os dias de hoje não só para jazzistas, mas até para roqueiros e blueseiros.

George Benson
Depois de Charlie Christian nos anos 40, os anos 50 revelou o grande Wess Montgomery, guitarrista de Indianápolis que, inicialmente, tinha uma banda com seus irmãos Monk Montgomery (baixo) e Buddy Montgomery (bateria), conjunto chamado Mastersounds e, que inevitavelmente viria a ser apelidado de Montgomery Brothers. Foi na banda do vibrafonista Lionel Hampton, berço de grandes músicos dos anos 40 e 50, que Wess Montgomery passou a mostrar sua técnica ao público de jazz mais abragente. Nos anos 60, com sua fama de versátil - pois ele era capaz de tocar tanto jazz como rhythm'blues - ele sairia da falida gravadora Riverside para gravar pela Verve, o que acabou lhe dando fama em suas gravações mais comerciais relacionada à "black music" da época (caminho que George Benson exploraria com mais afinco depois de sua morte). Em 1965, com 43 anos, ele morre, deixando uma grande legião de admiradores.

Wess Montgomery era um autodidata: ele desenvolveu seu próprio modo de tocar guitarra, utilizando o polegar ao invés da palheta para dedilhar seus improvisos, bem como usando seqüência de oitavas em partes da improvisação, o que acabou sendo sua marca registrada. Esse estilo de dedilhar com o dedo polegar é, até hoje, uma técnica assustadora para guitarristas que se dedicam a estudar jazz.
Depois de Wess Montgomery, o próximo guitarrista de jazz que assustaria a crítica e público com sua técnica foi George Benson (sim, esse George Benson que nas ultimas décadas tem sido um dos mais famosos e premiados cantores da pop music americana). Assumidamente inspirado em Wess, Benson também usa tanto a palheta pra improvisar quanto o polegar. Aliás, até o estilo de improvisar usando seqüência de oitavas, marca registrada de Wess, George Benson também passou a adotá-lo.

Perfil: o pianista Dave Brubeck, o saxofonista Paul Desmond e o quarteto ímpar – literalmente ímpar !!!

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Dave BrubeckPaul Desmond

  The Way You Look Tonight [Jazz At Oberlin, 1953] Blue Rondo a La Turk [Time Out, 1959] Take Five [Time Out, 1959] Far More Blue [Time Further Out, 1961] Unsquare dance [Time Further Out, 1961] Bru's boogie woogie [Time Further Out, 1961] It's A Raggy Waltz [Dave Brubeck Quartet at Carnegie Hall] Tokyo Traffic [Jazz Impressions of Japan, 1966] Coração Sensível [Bossa Nova USA, 1962] World's Fair [Time Change, 1963] Shim Wa [Time Change, 1963] Tritonis [Tritonis, 1980]

Improvising with Numbers - Collage in Music: de Zappa a Zorn, seis álbuns que exemplifica o uso da colagem na música!!!

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Uma das tretas mais intrigantes -- e às vezes até inútil -- que um pesquisador musical possa ter é tentar rotular ou categorizar determinados músicos, criadores, artistas e compositores pós-modernos: isso porque uma das características do pós-modernismo é o ecletismo, a ausência de uma dicotomia entre tradição e vanguarda e de um conflito entre popular e erudito. Frank Zappa (1940–1993), Alfred Schnittke (1934—1998) e John Zorn, dentre outros, são, cada um ao seu modo e cada um com suas características estéticas, alguns dos maiores nomes da música pós-moderna -- e se eles podem ser considerados vanguardistas e radicais, eles também podem ser considerados, de certa forma, tradicionalistas, pois já aplicaram misturas diversas entre estilos de musicas mais radicais e estilos de músicas mais tradicionais. Neste post apresento-vos cinco registros pioneiros para um dos procedimentos pós-modernistas: a colagem musical. Muitos dizem que este procedimento criativo foi precedido pelo compositor americano Charles Ives (1874-1954): considerado o primeiro grande compositor americano, ele foi um revolucionário que precedeu várias descobertas reveladas pelos grandes compositores europeus da música moderna: em suas composições, além de beirar ao atonal e ao cacofônico, ele fazia uso de recortes de trechos de hinos tradicionais, canções populares, de temáticas indígenas e de aspectos do jazz e do blues. Décadas depois, após as tantas novidades e um suposto esgotamento das várias possibilidades os quais a música moderna já havia revelado, a técnica da colagem passaria a ser explorada como uma nova possibilidade composicional: Frank Zappa com Lumpy Gravy, Luciano Berio com sua "Sinfonia" e Alfred Schnittke com sua Sinfonia No.1 e seu Concerto Grosso No.1 são exemplos pós-modernos e pioneiros do uso da colagem com recortes diretos e indiretos, ou seja, recortes esses que poderia aparecer através de citações indiretas a determinadas obras e períodos históricos ou de trechos retirados diretamente de peças compostas por outros compositores. Schnittke, aliás, foi além: ele usou, sim, recortes diretos em peças suas, mas seu trunfo foi unir procedimentos que vinham desde a música renascentista, o barroco, o clássico e o romântico até chegar na música moderna, criando uma linguagem composicional que ele chamou de "poliestilismo". Em "Sinfonia" (1969), obra revolucionária que une a voz (falada e em coral) com uma orquestração cacofônica, Luciano Bério (1925-2003) usou recortes de trechos literários de James Joyce e Samuel Beckett e de peças de Debussy, Ravel, Stravinsky, Schoenberg, Webern, Brahms e até contemporâneos como Hindemith, Boulez e Stockausen, com maior destaque para as citações da Sinfonia nº 2 de Mahler. Em Lumpy Gravy -- álbum gravado um pouco antes que a "Sinfonia de Bério", lembre-se --, Zappa levou a colagem ao extremo da criatividade, precedendo algo que John Zorn faria quase 20 anos depois no álbum The Big Gundown, onde transverteu as composições de Ennio Morricone em arranjos nada convencionais. E como vocês verão, até o grande improvisador Eric Dolphy (1928–1964) já flertava com as possibilidades colagem: as faixas reunidas no álbum Others Aspects (1960-64) precede, quase como uma premonição, alguns aspectos entre voz e cacofonia vistos na "Sinfonia" de Bério. Contudo, é preciso lembrar que, apesar dos tais exemplos advindos desde a década de 60, a técnica da colagem ainda foi pouco explorada na música contemporânea e ainda pode ser vista como um procedimento criativo inesgotável. A esperança, então, é de que apareça muitos outros artistas que sejam capazes de trabalhar com este procedimento.

Podcast Perfil - A saga e o estilo do maestro Moacir Santos, um dos maiores mestres da música brasileira !!!

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Coisas (Forma), de 1965
The Maestro (Blue Note), de 1972
Saudade (Blue Note), de 1974
Carnival Of the Spirits (Blue Note), de 1975
Opus 3, nº 1 (Discovery), de 1978 
Ouro Negro (Adventure Music), de 2001
Choros & Alegria (Biscoito Fino), de 2005

A 2ª edição do BMW Jazz Festival: o festival mudou de local, e melhorou nas escolhas....

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Darcy James Argue

Acabo de ver no blog do jornalista Carlos Calado as atrações da segunda edição do BMW Jazz Festival, que agora irá acontecer na Via Funchal ao invés de rolar nos palcos do Ibirapuera. Depois de me decepcionar com as escolhas conservadoras da primeira edição, fiquei surpreso com o cast list: os produtores do evento conseguiram sacar para essa segunda edição músicos importantíssimos do jazz contemporâneo tais como o trompetista Ambrose Akinmusire (a principal revelação de 2011 pela revista Downbeat), o pianista Jason Moran com o veterano saxofonista Charles Lloyd, o veterano pianista Chick Corea, o vibrafonista Stefon Harris e o trompetista Christian Scott com o quinteto Ninety Miles, o trombonista Trombone Shorty, o moderno bandleader e compositor Darcy James Argue, dentre outros. Afora os jazzistas, também estarão nos palcos do festival o acordeonista brasileiro Toninho Ferragutti e o veterano saxofonista "pai" do funk Maceo Parker, entre outros. Aos  que acompanham a linhagem deste blog, indico como imperdíveis quatro shows: o do trompetista Ambrose Akinmusire, que no ano de 2011  lançou um ótimo álbum de roupagem free-bop pela Blue Note (já resenhado aqui -- pesquisem!); o do quinteto Ninety Miles, que traz uma mesclagem de jazz contemporâneo meio ao estilo do post-bop com música latina e caribenha; o show da excelente big band do Darcy James Argue, que através do álbum Infernal Machines (2009) trouxe à tona uma concepção de "ensemble" já bem contemporânea e distante do velho modelo das big bands; e, lógico, o  quarteto do veterano saxofonista Charles Lloyd, uma refinada banda de post-bop que, além do lirismo e da sonoridade única do saxofonista, traz as essências  do pianista Jason Moran e do baterista Eric Harland, dois dos principais "jovens" do alto escalão do jazz. Para saber mais sobre o festival, clique na foto acima e acesse as informações dispostas por Carlos Calado no blog Música de Alma Negra! Clique nas tags abaixo para acessar posts referentes. Mais adiante, dependendo da disponibilidade, falarei mais sobre o festival e seus musicos...

Outros Excelentes Sites Informativos (mais sites nas páginas de mídia e links)